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Jovens do Forças no Esporte sonham com carreira no futebol

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DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Os irmãos Hudson e Werbeth foram escolhidos para participar de uma peneira no clube gaúcho Grêmio

Publicado em 04/09/2017 14h21


Foto: Rafael Zart/MDS

Brasília – No campo de futebol do Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília, o jovem Hudson da Silva Rodrigues, 17 anos, corre sem parar para marcar um gol para o seu time. De sorriso fácil, o menino não hesita ao dizer que sonha em ser um grande jogador.

Do outro lado, está o irmão, Werbeth Gomes da Silva, 14 anos. Mais tímido, ele também sonha com os campos de futebol. O menino esguio passa com facilidade entre os adversários; é fácil notar o talento para o esporte. “Quero ser jogador de futebol”, fala, com firmeza na voz, o jovem.

Os irmãos participam do Forças no Esporte, programa desenvolvido pelo Ministério da Defesa com o apoio das Forças Armadas e em parceria com os ministérios do Desenvolvimento Social (MDS) e do Esporte. Eles têm acesso a esportes e uma alimentação adequada no turno contrário ao da escola.

Os alimentos são comprados, exclusivamente da agricultura familiar, com recursos do MDS. Nos próximos 18 meses, serão investidos R$ 33 milhões nesta ação. A aquisição dos produtos é feita pela modalidade Compra Institucional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

De acordo com o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Caio Rocha, o Forças no Esporte tem um ganho duplo. Por um lado, transforma a vida de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Por outro, fortalece a agricultura familiar e promove a alimentação adequada e saudável. “O programa fortalece os agricultores familiares e ajuda a garantir a alimentação saudável desses jovens, que ganham qualidade de vida”.

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Dedicação – A facilidade de Werbeth para dominar a bola logo chamou a atenção dos professores. No caso de Hudson, foi a dedicação e a paixão pelo futebol que o fizeram dominar as técnicas e se tornar um bom jogador.

“Quando entrei no programa, fui logo para o futebol. Eu tinha visto meu irmão começar a jogar e eu gostei desse esporte”, conta Hudson. O treinamento – três vezes por semana – ajudou os meninos a entender as regras e táticas do esporte.

A dedicação rendeu bons resultados. Hudson e Werbeth foram escolhidos por olheiros do Grêmio, clube de futebol de Porto Alegre (RS), para participar de uma seleção de atletas para a base do time. O dinheiro curto impediu os meninos de aceitarem o primeiro convite do clube para participar da peneira. Na segunda tentativa, os irmãos conseguiram a passagem para a capital gaúcha.

A viagem de dois dias de ônibus foi paga com a ajuda dos professores do Forças no Esporte. “A viagem foi bem legal. A paisagem é linda; eu nunca tinha visto”, lembra Hudson. Os irmãos passaram pela primeira fase. A segunda etapa será em janeiro quando eles voltarão a Porto Alegre.

Para o coordenador do programa no Grupamento de Fuzileiros Navais, o suboficial fuzileiro naval Paulo Roberto Faro, ajudar na transformação social, apoiar os agricultores familiares e, ao mesmo tempo, dar condições para que os jovens realizem seus sonhos são motivos de orgulho. Ele conta que está na torcida para que os irmãos de Brasília brilhem nos campos de futebol como profissionais.

“O Werbeth é realmente um garoto de muita qualidade no futebol, disciplinado, centrado. Tem tudo para conseguir. O Hudson desenvolveu a habilidade aqui conosco. Ele é mais técnico e isso está dando a oportunidade pra ele chegar ao Grêmio”.

A família dos jovens mora no Paranoá, região administrativa do Distrito Federal. São oito irmãos – cinco participam do programa. A mãe, Mariana Gomes da Silva, 39 anos, está grávida de sete meses. Foi ela quem decidiu levar os filhos para o projeto para que tivessem algo para fazer depois da escola. “Trabalhava muito e achei melhor colocar eles na Marinha para que não ficassem sozinhos. Ouvi falar muito bem do programa. Era um lugar para eles ficarem o dia todo”, recorda.

Quando chegam ao Grupamento de Fuzileiros Navais, Hudson e Werbeth vão logo para o refeitório para o almoço. É o apito do professor que avisa que chegou a hora do lanche. “Pra mim aqui é tudo interessante. É muito organizado. Tem o almoço e o lanche. É bom demais. Na minha casa, não tem muita comida, mas minha mãe sempre conseguiu as coisas e nunca deixou a gente passar necessidade. Mas é pouco demais porque são muitas pessoas”, conta Hudson.

Mariana é auxiliar de serviços gerais. Conta que sempre trabalhou duro para sustentar os filhos. É o Bolsa Família que complementa a renda familiar.

Para o futuro, os irmãos têm o sonho de ajudar a mãe. Assim como muitos meninos que começam no futebol, o desejo da casa própria está em primeiro lugar. Mas um desejo, em especial, está sempre na ponta da língua. “Quero conhecer o Neymar, o Messi, o Cristiano Ronaldo e muitos jogadores. Se a gente passar na peneira, acho que minha mãe vai ficar feliz porque vai abrir as portas para o nosso sonho e ajudar ela também”, diz Werbeth.

A mãe não esconde o orgulho que tem dos filhos. Mariana afirma que todo o reconhecimento que os filhos estão tendo é por conta do Forças no Esporte. “Eu só vou tirar meus filhos de lá quando eles não tiverem mais idade para participar.”

Saiba Mais

O Programa Forças no Esporte é uma iniciativa focada no desenvolvimento integral de crianças e jovens – entre 6 e 18 anos – em situação de vulnerabilidade social e regularmente matriculados na rede de ensino.

No turno contrário da escola, eles praticam diversos esportes, como tênis, corrida, lutas e atletismo em 164 unidades militares de todo o Brasil. As ações mantêm a garotada longe dos perigos das ruas e possibilitam a descoberta de talentos.

Além das práticas esportivas, os jovens têm atendimento médico, reforço escolar e orientações sobre civismo, cidadania e desenvolvimento das habilidades profissionais. Também participam de palestras e campanhas educativas.

Informações sobre os programas do MDS:
0800 707 2003

Informações para a imprensa:
Ascom/MDS
(61) 2030-1505
www.mds.gov.br/area-de-imprensa